Pontos de partida para a história econômica do Brasil

terras conquistadas inúmeras "nobilíssimas figuras de guerreiros e de santos" e, ainda, que a dureza dos processos empregados e a certa visão de tantos homens tinha sua explicação em parte no escuro da Idade Média, que constituiu o maior eclipse do espírito humano através da história.

"A confusão entre as funções militares, diplomáticas e comerciais, prossegue Gomes da Costa, era enorme, e era isto o principal fator de desorganização. Resgatavam os governadores por conta do rei; resgatavam os capitães por conta própria; resgatavam os soldados nos limites das suas posses; e daqui provinha a fúria de enriquecer, a sede do ouro, a chatinagem, que obscureceu a nossa glória militar." Tê-la-ão obscurecido, de fato? De qualquer sorte subscrevemos este período do notável soldado republicano de Portugal: — "Pela audácia e pela grandeza, a história da conquista do Oriente pelos portugueses é única; não temos rival em todo o mundo: e a consciência do que fizemos e do que valemos é o que nos tem conservado de pé através dos séculos, independentes e de cabeça erguida, apesar de tudo."(13) Nota do Autor

Ora, a agricultura impunha, em larga escala, não somente organização do trabalho, como aprestos de defesa, como o preparo da terra, que era preciso conquistar à natureza virgem. Isto era difícil, penosíssimo. A floresta vinha até a costa, impenetrada, agressiva. Mesmo destruída pelo fogo, ficava o trabalho demorado, rude, do destocamento.

Os donatários não viam com bons olhos qualquer trabalho que lhes custasse energias sem lucro imediato. A escravização do índio e o contrabando do pau-brasil é que rendiam logo. Assim comenta o historiador português Sr. Fortunato de Almeida: "desde que se começaram a desenvolver os trabalhos de colonização, os donatários aproveitavam a colaboração de todas as energias para

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