Pontos de partida para a história econômica do Brasil

que com seus assaltos cruéis fizeram despovoar os engenhos e, se hoje estão já de paz, ficaram os homens tão desbaratados de escravos e mais fábrica que se contentam com plantar mantimento para comer."(24) Nota do Autor

Rocha Pitta, falando, por exemplo, do Maranhão, alude às vilas "defendidas contra o furor do gentio, que, repetidas vezes dá sobre aquele recôncavo, destruindo as lavouras e engenhos, dos quais, tendo havido muitos, (por esta causa) permanecem poucos à custa da vida dos moradores..."(25) Nota do Autor

No Rio de Janeiro, por largo tempo os colonos permaneceram na costa, açoitados pelos selvícolas que lhes devastavam as povoações e as lavouras. Algumas décadas levaram os portugueses para debelar os senhores da terra goitacá. A propósito, convém lembrar o que escreveu o Sr. João José Carneiro da Silva, num de seus estudos publicados em 1872: — "A agricultura propriamente dita foi precedida nesta freguesia, como em Campos, pela criação do gado. Os primeiros povoadores desses lugares estabeleceram-se, no começo, nas campinas naturais de beira-mar, e aí viviam principalmente da pesca e dos produtos animais. — Esse primeiro período, em que a cultura da terra era um acessório, durou todo o tempo que foi necessário para debelarem-se os ferozes goitacazes que infestavam estas paragens. Quando os sucessores dos sete capitães que povoaram os Campos dos Goytacazes, a que pertencia, então, essa freguesia, conseguiram exterminar em grande parte o gentio e afugentar o restante para o interior das terras, puderam ir-se erguendo estabelecimentos com mais raízes no solo do que os ligeiros estabelecimentos de criação. Assim, a agricultura propriamente dita foi tomando corpo ao lado da produção do gado."(26) Nota do Autor

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