1583, já falava no rareamento dos índios e na substituição deles pelos negros de Guiné, na Bahia".(39) Nota do Autor
Havia negros d'África, contudo, vindos de Portugal, ou comprados, antes do monopólio, a navios estrangeiros que arribavam aos nossos portos, sendo a referência de Mello Moraes a Martin Afonso de Souza em 1531, constante da parte final da nota 37, bastante instrutiva.
Quando o marquês de Pombal decretou, já ao fim do segundo século, a liberdade dos índios, restaurando, em princípio, a lei de 30 de junho de 1609, lei que o soberano revogara por outra de 10 de janeiro de 1611, em virtude da tremenda oposição que se lhe fez em toda a colônia, foi que, com a organização das grandes companhias privilegiadas, se começou a despejar abundante, nas capitanias, principalmente do Norte, a imigração dos africanos.
Os navios portugueses traziam da Guiné, de Angola, e doutros pontos, os negros, e levavam os produtos pelos quais trocavam a liberdade e a vida dos escravos. Daí o interesse de aumentar mais e mais esse comércio, de si mesmo infando, e ao qual a dureza dos traficantes emprestaria um caráter hediondo, no desamparo, na tortura, na impiedade com que tratavam, nas travessias, os infelizes prisioneiros.
Resultou, daí, que o número de escravos negros, que a independência encontrou nos campos e nos engenhos, não fosse mais elevado do que aquele constante das listas do recenseamento das capitanias, feito por ordem do governo geral em 1816, e publicado em 1820, e que assim se distribuía:
Pretos - 1.728.000
Homens de cor - 202.000
Total - 1.930.000