Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Havia no Brasil contudo — explicava o nosso homem ao encerrar o capítulo das observações sobre o comércio nacional — indivíduos a quem o comércio enriquecera. "Notava-se porém que quase todos procediam de Lisboa."

Gente crioula não ajuntava às patacas da famosa árvore.

Passando a tratar da religião dos portugueses fluminenses, conta-nos o Sr. De La Flotte que o surpreendeu altamente a devoção imensa a Santo Antônio, cujo nome lhes não saía dos lábios. Poucas casas havia no Rio em que se não visse alguma imagem do santo casamenteiro em bem-adornado nicho.

Pediu-lhe certa dama de alto coturno que lhe obtivesse uma imagem do glorioso franciscano. Queria-a, porém, procedente da Europa, mas não de Portugal.

Arranjou-lhe De La Flotte uma que certo marinheiro genovês possuía e cedeu-lhe em troca de uma garrafa de aguardente! Muito satisfeito com a descoberta ,apressou-se em levá-la à senhora, mas viu-se detido por guardas da Alfândega que lhe haviam notado um embrulho sob as vestes.

Como o interpelassem, insolentemente, recusou-se a lhes mostrar a estatueta.

Altercaram e o povo começou a ajuntar-se em torno deles. "Resolvi mostrar o meu Santo Antônio para me libertar de semelhante canalha", relata-nos o viajante, "e, com a listagem em punho, esbocei um gesto de larga benção. Caíram todos de joelhos e puseram-se a gritar que eu

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