Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

era digno de ser tido à conta de legítimo português. Retirei-me pois muito divertido por este pequeno incidente."

Tal devoção a Santo Antônio é tão deturpada pelos cariocas que as mulheres de mau viver em dados momentos fechavam os seus oratórios, pois diziam, "muito embora praticassem atos da Natureza não era necessário que o taumaturgo assistisse a cenas que poderia levar a mal! (sic).

Continuando a informar os leitores do que pudera conhecer dos costumes cariocas, advertiu-os o Sr. De La Flotte: "creio que não será de todo desagradável narrar como os habitantes do Rio de Janeiro celebram as suas festas religiosas".

"Com uma antecedência de oito dias arvora-se em face da igreja uma bandeira com a imagem do santo ou da santa a ser festejado.

Chegado o dia das festividades todos os devotos vão ter ao templo indicado, mas nunca antes das sete horas da noite."

"Ficam as igrejas magnificamente iluminadas: uma turba de músicos colocada em tribunas executa peças concertantes."

"Cantam-se depois muitíssimas ladainhas e o serviço divino só termina a noite avançada."

"Quis conhecer o que seria a eloquência do púlpito neste país e percebi que os pregadores não passam de declamadores que precisam, imenso, ler o Ensaio sobre a eloquência sacra do nosso padre Gros de Besplas, obra

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