"Não posso melhor terminar esta descrição da piedade portuguesa do que dando a conhecer até que ponto esta gente degrada a religião.
Assisti, certo dia, a uma comédia burguesa em que vários frades davam a mão a amabilíssimas penitentes.
A esta peça recheavam obscenidades em barda, mas tal fato não me causou a menor surpresa. Tudo isto conferia perfeitamente com a fácies da colônia.
Mas o que me deixou embasbacado foi avistar, nos entreatos, duas meninas fantasiadas de anjos que se puseram a entoar a ladainha de Sant'Anna. Esta extravagância procede certamente da ideia, que esta gente tem, de que tudo está sanado quando alguém reza o terço ou canta ladainha."
O que de mais curioso há, porém, na relação da estada de La Flotte, no Rio de Janeiro, vem a ser a parte por ele consagrada à observação da vida amorosa fluminense.
Páginas e páginas reserva a este assunto que totalmente o empolgou, impedindo-o de ver outros aspectos cariocas.
Que ideia lhe haviam incutido da moralidade brasileira para que estivesse como que certo de encontrar nas plagas guanabarinas a ressuscitação dos antigos ritos ciprinos?
Nem o seu livro nos demonstra tantos conhecimentos antigos que nos induzam a crer que escreveu sob a instigação de reminiscências clássicas, a evocar Pafos e Gnido, Lesbos e Citera.