Sainte Beuve, em uma de suas páginas mais profundamente pensadas, esboçou a psicologia destes homens ativos, inteligentes, brilhantes, porém todos mais ou menos amorais e sempre desventurados ao par de existências assinaladas por alternativas opostas de deslumbrante opulência e sórdida miséria, triunfos culminantes e degradações abjetas.
"Na mitologia dos antigos persas, disse o exímio crítico francês, o espírito do mal era chamado 'o que diz sempre não'."
Pois bem, na realidade prática da vida este papel cabe, em grande parte, ao homem de bem.
"Ora, o homem hábil, de expedientes, e gênio metamórfico, o Mercúrio político, financeiro ou galante, o aventureiro, em uma palavra, jamais diz 'não' às coisas.
Acomoda-se a elas, toma-as de través, parece às vezes dominá-las e elas o conduzem, porque ele se lhes entrega e as segue; conduzem-no até onde podem, e se delas tira partido, que lhes importa o fim?"
Documentando a sua asserção, recorda o autor dos Estudos pernambucanos o nome de uma série dos maiores aventureiros do século XVIII, como Saint-Germain, Caliostro, Donneval, Trenck, Casanova de Seingalt, Grammont, d'Eon, Marsigli etc.
E voltando a falar do nosso analisado, tipo que figura na galeria dos "menos conhecidos ou mais infelizes", afirma que este "malogrado rebento de um nome ilustre