Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Mas logo depois a voz da consciência lhe abaixava o diapasão do autoelogio: pedia desculpas aos altos personagens com quem tratara de lhes citar os nomes em suas páginas de reminiscências, pelo fato de lhes ter estado à ilharga, nos campos de batalha e nas antessalas cortesãs: "Esperava que nenhum deles se envergonharia de se ver mencionado no livro ao lado do autor deste."

É verdade que tivera de omitir, em diversos relatos, circunstâncias de alta relevância, embora para ele pessoalmente honrosíssimas. Isto pelo fato de que eram impróprias à divulgação por sumamente indiscretas.

Mas os leitores lhe desculpariam tais lacunas sabendo quanto ele privara com vários grandes dinastas e fora seu confidente. Se acaso a vaidade o levara a tais confidências, é que realmente se lhe desvanecera o sentimento de toda e qualquer honra!

Contra ele corriam, impressos, pasquins diversos e desprezibilíssimos, cujas palavras não atingiam o nível de seu desdém. Mas, ameaçava pomposamente, dia talvez viesse em que poderia e saberia recompensar os foliculários inimigos à altura do mérito de suas agressões caluniosamente infames.

Antes de relatarmos o que o aventureiro conta de sua estada no Sul do Brasil, vejamos o que nos narra de suas façanhas na Europa.

Começa o pseudo (?) Semple Lisle a história de tais proezas referindo-se à sua origem, de modo elegantemente displicente e num tom de aristocrata mauvais sujet.

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