Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

aliás poderia ser seu neto. Com o tempo chegaria ele talvez a ser seu habilíssimo discípulo...

Tal a nova amizade e proteção que conquistara nosso Lisle.

Aconselhou-o a Kingston que fosse tentar vida nova na Rússia, campo magnífico para rapazes como ele, fortes, novos e audazes, país semibárbaro onde havia admiráveis comissões para gente de sua têmpera, onde se ganhava, facilmente, muito dinheiro, desde que se angariasse a proteção de algum valido.

Para lá partiria ela breve, em visita à sua grande amiga Imperatriz Catharina. Seria a sua apresentadora à princesa pobretona de Anhalt-Zerbst, empoleirada num dos maiores tronos do Universo.

Perversamente dá a entender o nosso Lisle que em tudo isto obedecia Elisabeth Chudleigh às instigações do temperamento vulcânico. Queria companheiro para as viagens e permanência na Rússia, companheiro já se vê moço, robusto e bonito.

Não apreciou, pois, de todo a notícia que Lisle lhe deu ao lhe contar que partiria, mas levando consigo a mulher e os filhos.

Quiçá sorrisse ao escocês a esperança de angariar a amizade especial da galante Catharina, de vir a ser o sucessor dos Orloff, Potemkin e tantos mais. Valia isto mil vezes mais do que servir de objeto do desenfado da quase sexagenária Duquesa de Kingston, imperiosíssima, ávida e egoísta como raras. Belo sonho! Assim, consigo levava a esposa a fim de se manter sempre a certa distância

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