Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

o enorme ossuário, relembrador da derrota de Carlos XII, e por Moscou, onde o fausto inacreditável do Governador Conde Chernacheff o deslumbrou, graças à apresentação de uma criadagem de trezentos lacaios, "enlibrezados do modo mais opulento".

As considerações que o aventureiro deixou escritas sobre o Exército russo mostram-se em geral desvaliosas.

Gaba muito a bravura e o espírito de disciplina da tropa e a sua incrível resistência ao sofrimento físico e ao desconforto da vida.

Os seus depoimentos, sobre Potemkin e Catharina II, também são assaz insignificantes.

Em seu tempo, pretende, já desde muito deixara Potemkin de ser o amante da ardente Imperatriz, cujos 55 anos viviam agora embeiçados por um rapazola, chamado Lanskoi, já a seu turno "sucessor de diversos outros favoritos de curto império".

Mas continuava Potemkin a ser uma influência formidável na Corte da Semíramis do Norte. Dominava a política russa, inteiramente.

Declara Lisle que o viu, frequentemente, rasgar, em público, ordens assinadas pela Soberana. Esta, muitas vezes, o visitava inesperadamente, quiçá durante as crises sentimentais, frequentes naquela criatura essencialmente polígama.

Era Potemkin geralmente brutalíssimo com os seus oficiais, mas Lisle afiança que sempre o tratou muito bem. Aliás, se acreditarmos no que diz, nunca houve alto personagem que por ele se não embeiçasse.

Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)  - Página 167 - Thumb Visualização
Formato
Texto