relação à Duquesa, e ela me teria atirado, para o resto da vida, à Sibéria, amiga como era da Imperatriz.
Desafio que a terra e o inferno me desmintam. E este indigno pasquineiro que treme de minha própria sombra verá um dia esmagadas as suas calúnias."
Mas há positivos indícios de verdade em tais acusações. O próprio Semple se trai. Para rebater a história das escroqueries apenas explica que, ao sair da Rússia, não passou pelo porto de Riga e sim pelo de Narva! Não haveria ainda correio no império de Catharina II que lhe permitisse negociar com a gente do porto livônico?
Apenas justifica a sua retirada do serviço russo explicando que se afastara por não conseguir realizar as esperanças da vida opulenta que os primeiros dias lhe haviam acenado.
E acrescenta, singelamente, numa ingenuidade de entretenu:
"Enquanto eu tinha a casa da Duquesa, podia economizar muito dinheiro, mas depois, embora o Príncipe Potemkin me desse morada e comida, precisava alugar cômodos para a minha gente, o que em Petersburgo custa muito caro."
Assim, resolvera tentar vida nova na Prússia, recomendado pelo Conde de Goerz a seu irmão, Ajudante de Campo General de Frederico, o Grande. Partiu pois para Berlim, via Narva e Copenhague.
E, jamais, nas Memórias, se referiu, uma única vez sequer, à "querida esposa e aos filhinhos ternamente amados".