Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Não tardou que deixasse o serviço da Holanda, não ousando explicar por que; contenta-se em relatar aos seus leitores que partiu às pressas e sem licença, mas sem dizer para onde ia: ao Exército prussiano do Alto Reno, que acabava de retomar Mogúncia.

Comandava-o o próprio Rei Frederico Guilherme II, seu antigo companheiro de pândegas em Berlim. "Com Sua Majestade me abri e este Príncipe ilustre me ouviu com toda a atenção."

Mas parece que toda a esperada proteção se limitou a esta benévola audição. Dentro em breve deixava o Rei o seu acampamento e retirava-se para Berlim.

Pouco depois era Lisle ferido e seguia a convalescer numa cidade alemã, onde se achou na mais desesperada situação, "sem lar nem emprego, sem dinheiro nem protetores".

"As reflexões melancólicas tornaram-me a sombra do que fora; cheguei a pensar que a morte me seria o mais desejável dos acontecimentos."

A esta altura de suas Memórias relata-nos o cabotino mais outra das suas muitas histórias, agora pretende-o, provocada pela necessidade do revide a um panfleto escrito por certo Coronel S. S. "Brutamonte insensível ao amor e à honra, caluniador impeninente e miserável, que tiranizava a mais delicada e sedutora das mulheres, de quem só queria o dinheiro do dote."

Era belga este sujeito, casara-se com distintíssima francesa, vivera algum tempo da fortuna da mulher e depois de uma pensão do sogro. Fora-se mais tarde para

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