No dia 10, depois de meio-dia, voltou na mesma canoa o dito português que só trouxe umas cinquenta ou sessenta laranjas, demonstração evidente das intenções do Governador para conosco.
O General e o Conselho de Guerra, considerando que os portugueses o que queriam era eternizar as negociações conosco, assim como o próprio Pedro Tacq nos avisara, advertindo-nos que nada receberíamos da terra, se não o prendêssemos a bordo; os ditos General e Conselho de Guerra resolveram prendê-lo, em companhia de um mestiço e dois escravos, despachando a canoa com os quatro tripulantes portadores de uma carta de Pedro Tacq ao Governador, para que mandasse à esquadra frutas em troca de dinheiro ou mercadorias, ainda aquela noite.
Na manhã de 11 não vimos canoa, nem coisa alguma perto de nós, mas divisamos vários indivíduos que em batéis iam da fortaleza à cidade. Resolveu o General aprestar três escaleres para angariarem frutas de que tínhamos grande falta. Tripulados por uns sessenta ou setenta homens, aportaram, pelo lado sul, a uma angra junto à alta montanha, chamada o Pão de Açúcar, porque o português (Pedro Taques) nos avisou que lá havia muitas frutas.
Chegando a terra verificaram os nossos que ali estava muita gente emboscada. Assim, como espiões foram despachados dois homens que incontinente se viram surpreendidos e aprisionados.