O que, porém, revela a inópia observativa do nosso Fleckno é a admiração provocada pela enorme abundância dos restaurantes parisienses. Tal lhe foi a principal impressão da capital francesa, de cujos edifícios e instituições nada fala, aliás. De Paris seguiu para Lyon, Avignon e Marselha, "deliciosa jornada, feita em excelente companhia, com vinhos capazes de tentar um Nazareno e carnes e caças em condições de perverter um franciscano".
De Marselha teve Fleckno a mais agradável impressão. Impressionou-o a cidade da Canebière e da bouillabaisse muito mais do que Paris, ao que parece. Esplêndido lhe pareceu o espetáculo diário do footing, nos cais; entre dez e meia-noite ali passeavam as marselhesas acompanhadas de seus cortejadores e a pretexto de ouvirem música.
Não havia em França mais belas mulheres nem tão bem-postas e ricamente vestidas.
De Marselha embarcou o jesuíta para Gênova. Mas viajar no Mediterrâneo era, naquele tempo, comprar bilhete de loteria cujo prêmio podia vir a ser uma permanência bem pouco risonha, em perspectiva nos cárceres barbarescos de Argel e Túnis.
Seu navio, alarmado pelo aparecimento de uma barca de piratas argelinos, refugiou-se em Mônaco, durante cinco dias.
Do Príncipe monegasco conta o viajante que era magnífico musicista, vivendo em suntuoso palácio. Tão