Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

e usando turbantes de encantadora policromia. "Parecia-me estar a passear em jardins de tulipas dos mais variegados canteiros. Tal aspecto diferia completamente de todas as cidades europeias, cujas ruas apresentavam ares mortuários, com os seus transeuntes todos lúgubres e como vestidos de luto".

Nada mais de interessante soube Fleckno relatar ao seu correspondente a respeito da sua passagem rapidíssima pela antiga capital dos basileus, agora sede do Império dos Padixás.

Três semanas esteve o inacino em Constantinopla, de onde regressou a Marselha, passando, daí, por via marítima, à Espanha e a Portugal.

Belos sustos lhe valeu esta travessia. Por duas vezes escapou-lhe o navio de cair em poder de corsários barbarescos. Felizmente teve o bom encontro de duas naus de guerra holandesas destinadas à polícia do Mediterrâneo.

Para bordo de uma delas transferiu-se, prudentemente, a convite de um Vice-almirante. E assim foi ter a Lisboa.

Chegando a Portugal passou por espião e teve bastantes dificuldades com a polícia. Valeu-lhe poder invocar os seus talentos musicais, sendo D. João IV, como se sabe, notável melômano. Assim, depois de severo exame, foi-lhe concedido apresentar-se a El-Rei.

Deu-lhe o recém-entronizado Bragança a impressão de mero lavrador abastado, sem prosápia alguma,

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