nem gosto pelo fausto. Semanalmente ia à caça e diariamente, de modo apaixonado, fazia música. A belicosa Rainha D. Luísa de Guzman, esta sim, era rainha! Pelos ares majestosos revelava-se a ambiciosa mulher que ao marido instigara a revoltar-se contra o jugo espanhol a bradar-lhe: Antes morrer rei do que vegetar longamente, duque!
Apreciava muito a pintura e habilmente manejava os pincéis.
De Lisboa gabava-se Fleckno à Mademoiselle de Beauvais que já se podia considerar viajante intercontinental. Estivera em terras da Ásia. E nas cimereas plagas. Faltavam-lhe as da África e América, para contentar urna vaidadezinha assaz infantil.
Não tardaria que a satisfizesse. Impressões de Lisboa nenhuma nos inculca. Elogios elevados faz contudo ao Príncipe do Brasil, o malogrado adolescente discípulo de Antônio Vieira, "príncipe alto e esguio, de grandes esperanças, espírito, coragem e instrução".
Pouco depois anunciava Fleckno à Mademoiselle de Beauvais que ia partir para a África e o Brasil, a ver areais na primeira e florestas no segundo.
Não só aprovara D. João IV tal propósito como lhe mandara dar duzentas coroas de aiuta de custa. Instigara ao jesuíta a ideia de tal jornada o desespero de conhecer "novos céus e novas terras, a curiosidade de atravessar a Equinocial e ver as raridades do Brasil encontradas em Lisboa".