Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Mas começava mal a dificílima empresa. Seguia o General armado de insuficientes recursos e transportado por um chefe naval da mais medíocre competência. Reclamou socorros e estes lhe foram prometidos. Foi o que o fez navegar, certo de que o seu governo cumpriria a palavra.

Sete meses levou a esquadra a aparelhar-se. Só deveria zarpar a 2 de maio de 1757.

Viajava a frota do Sr. d'Aché ronceiramente; só passados 75 dias da partida de Brest é que atingia as águas da Guanabara.

Tão impacientes se achavam as tripulações de desembarcar que jovem e distinto oficial, dotado das mais belas qualidades, o Cavalheiro de Dentillac, morreu de comoção ao avistar terra à altura de Cabo Frio, "vítima de uma dessas fortes revoluções que os marítimos chamam 'revolução da terra' causada por excessiva alegria e a mudança súbita dos ares", anota o nosso viajante. Era medíocre a geografia do Sr. De La Flotte. Assim repete — já em 1757! — a balela de que a nossa capital devera o nome ao rio de seus apelidos em cujo estuário, a duas léguas da foz, fora construída.

Refere-se o oficial ao Pão de Açúcar, à Ilha das Cabras (sic), "ótima para defender a cidade dos desembarques", e conta que seria a nossa barra intransponível se acaso tivesse boa artilharia que a guarnecesse.

"O aspecto do anfiteatro do Rio anunciava a grande opulência da cidade."

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