Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Fundeou o "São Lucas" a cem toesas da praia.

Arroubado, extasiado, anotava o moço oficial:

"Um céu puro, sereno o espetáculo do sol nascente sobre aquelas costas magníficas, ares para nós novos e embalsamados pelas laranjeiras, limoeiros e todas as plantas odoríferas nativas daquela região, perspectivas risonhas e infindáveis à comparação de tão súbita mutação, com as fadigas de uma travessia invariável em sua monotonia, tudo nos levava a crer que a demora, ali, seria um tempo de encantamento.

Toda a vida hei de me lembrar, e com satisfação sempre renovada, que o dia em que entramos na baía do Rio para mim foi o mais belo e o mais delicioso."

Salvou o almirante com 21 tiros que de terra lhe foram exatamente contestados. Chegara apenas parte da sua esquadra, aliás.

Mostravam-se os portugueses visivelmente alarmados com a presença daquela poderosa força naval. "Reminiscências da terrível proeza de Duguay-Trouin", anota o Sr. De La Flotte.

Tão sobressaltadas as autoridades militares fluminenses com a presença de tantos navios de guerra, que resolveram trancar o porto aos vasos retardatários do Conde d'Aché.

Passados alguns dias, como à barra se apresentassem, foram convidados a retroceder e ir ancorar na Ilha Grande.

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