Chegou o "Vengeur", navio de alto bordo, com 64 bocas de fogo, a receber a descarga de uma das baterias da barra.
Quase dois meses passou De La Flotte no Rio de Janeiro! "Tempo suficiente para bem apreender os hábitos e costumes dos portugueses", afirma.
Era aliás rápido em suas deduções o jovem fidalgo. "Em poucos dias", verbera, "percebi quanto o mais feliz dos climas, a mais rica e fértil das regiões desfrutava-os a nação menos digna de tantos benefícios". E só!
Declarava, em todo o caso, quanto, a seu ver, eram os reinóis superiores aos seus colonos americanos.
"Viviam sob as vistas de seu soberano, a respeitar as leis, na Europa, onde a vida civil e política formava imensa e indissolúvel cadeia".
Tal não era porém o caso da gente daquelas terras longínquas americanas, onde os recursos legais insensivelmente se afrouxavam, devido às distâncias, à mistura dos povos e à impunidade dos infratores.
À vista de tais considerações quem poderia espantar-se se lhe dissessem que a corrupção vinha a ser quase a regra geral de vida dos brasileiros, "gente que ao auge levava o orgulho, a superstição, o ciúme, a indolência e a devassidão!"
Queria contudo o nosso moralista documentar as ríspidas asserções por meio de exemplos.
Assim apenas desembarcado notara, como aliás todos os da esquadra, a atitude insolentíssima dos militares da guarnição fluminense.