História da queda do Império 2º v.

Já a Abolição fora feita por uma Câmara escravagista. Essa evolução consumiria por ventura alguns anos; mas era inevitável, fossem quais fossem as tortuosidades da ditadura monárquica"(409) Nota do Autor.

"Em vez de uma revolução militar - diria Teixeira Mendes - ter-se-ia operado uma surpreendente evolução pacífica, pela transformação voluntária da ditadura imperial em ditadura republicana". A persuasão em que estavam os chefes do Apostolado, de que não valia a pena precipitar o advento da República por meio de uma revolta popular (aliás, impossível de se dar, por falta de ambiente que a provocasse) ou de uma sublevação militar, porque o nevo regime teria que vir por seus próprios pés, à proporção que fossem se desgastando os pilares que sustentavam a Monarquia, podia ter, num certo sentido, a sua razão de ser. Mas não havia de ser pela pregação da doutrina positivista, quer nos comícios populares quer nas Escolas militares. E a prova era que apesar de antiga de mais de 30 anos no Brasil, seus aderentes, na quase totalidade entre a juventude militar, não passavam, no fim do Império, de uma meia centena - "que cabiam folgadamente no salão do Clube Militar", dirá Oliveira Viana.

Tem-se procurado valorizar a contribuição "positivista" que esses jovens militares, discípulos quase todos de Benjamim Constant, deram para a implantação do novo regime. Como, por exemplo, o brilhante historiador mineiro João Camilo de Oliveira Tôrres, quando diz que Deodoro contou, como "principal instrumento da revolta", com o apoio da Escola Militar, já espiritualmente preparada pela pregação positivista de Benjamim Constant; e que se não fosse isso, o 15 de novembro

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