também couraçados nas suas reluzentes armaduras cinzeladas pelos brunidos artistas da "renascença", que Leão X ou Clemente VII presidiam da faustosa cadeira de S. Pedro.
Os ricos não emigravam!
Para que sair de seus apalaçados solares ibéricos, onde lhes sobrava o conforto?
Os nobres também não tinham empenho em ir dourar seus brasões nas selvas do novo mundo. Não foram os marqueses, os condes ou os barões, os conquistadores do México ou do Peru onde os plebeus Pizarro, Cortez, Balboa, Almagro ou Valdivia, haviam, no início do século, talhado no heroísmo de mil martírios o perfil espanhol, todo ungido de convicção profunda, que imbuía a alma dos que haviam tido a fortuna de nascer ao solo ando do luminoso Aragão, às rocas douradas da Navarra, às penhas sombreadas da maravilhosa Estremadura, às campinas pedregosas das Castelas, junto aos pinheirais elançados da Galiza ou das Astúrias, ou ao calor sufocante da Andaluzia ou da Granada.
Os afidalgados ou os endinheirados não tinham precisão de buscar nas promissoras cavernas de Ali Babá de além-mar, o necessário para alimentar o luxo das sedas, dos brocados, dos arneses lavrados a prata, ou das plumas, com que se apresentavam nas justas e torneios que apaixonavam os cérebros mais escaldados da época.
O espírito da "renascença", ainda não havia suplantado, com o rebrilho de seus pincéis mágicos, de seus buris ou os seus cinzéis de milagre a alma medieval, que teimava em se aferrar a humanidade, que se limava com o humanismo de Erasmo, de