Feijó e a primeira metade do século XIX

o parecer da commissão de constituição e legislação quanto ao Sr. Feijó, se nos fosse presente o processo inteiro, como julgo necessario para que as provas que contra elle se offerecem possam ser consideradas como resultado legal do mesmo processo.

Paço do Senado, em 31 de julho de 1843 C. M. Lopes Gama.

(Eugênio Egas, - loc. cit., Documentos, pp. 244 a 254).

A leitura desse documento é suficiente para ficar bem patenteada a perseguição inglória sofrida por Feijó, por parte do Governo conservador, dirigido pelo espírito de Vasconcellos, que com essa peça demonstrou as suas linhas de ferocidade tigrina. Vasconcellos não era ministro, mas no governo estava o que com ele era "unha e carne": Honorio Hermeto.

O parecer da comissão senatorial já saiu a fórceps, pois tão demorada foi essa produção, havendo necessidade de ser a comissão fustigada, repetidas vezes, como vimos.

Foi um verdadeiro parto da montanha, pois o parecer que aí é reproduzido representa a maior falta de lógica e de imparcialidade que se pode conceber.

De fato, ele se estriba em depoimentos contraditórios, todos eles de simples oitiva, para concluir pela condenação de Feijó, como cabeça de rebelião. Não há a menor prova de que esse crime possa assim ser capitulado. Só mesmo um desejo intenso de levar a perseguição até a beira da sepultura, que já se abria voraz e faminta para

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