Feijó e a primeira metade do século XIX

São Paulo, de então, respirava pelo afã da conquista da fidalguia, em cujos prélios se arriscavam as fortunas. Todos que podiam faziam reviver os arquivos em busca de heroicos ancestrais, à cata de ligações com as aristocracias peninsulares.

Foi daí, desse esforço na organização das buscas, que foram revividas as personagens romanescas, atores principais dos primeiros atos dos dramas históricos do nosso passado, que é nada menos do que a nossa formação territorial que hoje contemplamos admirados.

Os infortúnios semeados na vida abrolhada de Feijó, sempre em luta acérrima contra a pobreza, foram os antolhos arestosos e enristados contra a alma grandiosíssima desse varão ilustre, que com ela viria desvendar aos posteriores, o mais maravilhoso exemplo das mais peregrinas virtudes que fizeram a nossa grandeza.

Como que, perseguido pelos azares da vida, Feijó não pudera sair da malfadada trilha da pobreza material.

Ele possuía, porém, a têmpera rija com que seus antepassados bandeirantes sabiam vencer os empecilhos das suas caminhadas gigantescas.

A paciência, a tenacidade e o espírito de resignação, que o impediam de desalentar, foram o bálsamo com que curava suas feridas oriundas dos males sorvidos na alcantilada via sacra, que era a sua vida.

Ao redor do catre de Feijó, muitas pessoas de pé o assistiam naqueles derradeiros instantes. Figuras acabrunhadas pela intensidade da dor e pela nervosidade das vigílias, pareciam fantasmas,

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