superiores às das raças que pelos conquistadores foram introduzidas na América Meridional.
À vista dos fatos que acabo de referir, não pode, pois, restar dúvida alguma de que a existência do homem neste continente data de tempos anteriores à época em que acabaram de existir as últimas raças dos animais gigantescos, cujos restos abundam nas cavernas deste país, ou, em outros termos, anteriores aos tempos históricos.
Enquanto nos caracteres etnográficos dos crânios deste depósito, tive ocasião de confirmar as conclusões, já anteriormente emitidas, oferecendo eles todas as feições características da raça Americana; assim como me convenci plenamente de que a extraordinária depressão da testa, que se observou em alguns indivíduos, não deriva da aplicação de meios artificiais.
Vemos, pois, que a América já era habitada em tempos em que os primeiros raios da história não tinham ainda apontado no horizonte do velho mundo e que os povos que nessa remotíssima época habitavam nela eram da mesma raça que os que no tempo do descobrimento aí habitavam. Estes dois resultados na verdade pouco harmonizam com as ideias geralmente adotadas sobre a origem dos habitantes desta parte do mundo, pois que, quanto mais se vai afastando a época do seu primeiro povoamento, conservando no mesmo tempo os seus antigos habitantes os seus caracteres nacionais, tanto mais vai desvanecendo a ideia de uma origem secundária ou derivada.
E contudo, inegáveis são os fatos, que parecem indigitar vários pontos de contato entre os antiquíssimos habitantes das duas partes do mundo. Os crânios antigos, que se tem desenterrado em várias partes da Europa mostram em parte a mesma depressão