da testa, como a que caracteriza os crânios fósseis deste país; as cunhas ou machados de pedra, chamados vulgarmente coriscos, que se acham em abundância em todo o interior do Brasil, oferecem a mais perfeita semelhança, não só na forma, como também no material, de que são lavrados com os que se acham nos países boreais da Europa, a ponto de, sendo postos juntos, não se poder distinguir uns dos outros: conhecidas são as variadas analogias que apresentam alguns dos monumentos antigos do México com os do Indostão e do Egito; mas, dificilmente se havia de adivinhar que também o Brasil oferecia um ponto de contato com este último país nos tempos antigos, e contudo, os restos fósseis, de que me ocupo aqui, fornecem a prova de uma tal coincidência.
Com efeito, estes crânios ao par de conformidade com o tipo da raça Americana em geral, que já notei, exibiram um caráter, em que diferem de todas as raças humanas existentes, a saber: na conformação dos dentes incisivos. Estes em vez de terminar por um corte transversal, como é próprio para esta classe de dentes, apresentam uma superfície plana e triturante, análoga à dos dentes molares. Posto que não possa haver dúvida alguma de que esta conformação abnorme provenha de gasto, merece por isso menos atenção tanto em razão da sua constância, sendo observado até nos crânios provindos de indivíduos novos, como por não se achar nada de semelhante em nação nenhuma moderna, e sim unicamente nas múmias ou corpos embalsamados do antigo Egito.
Vários autores têm-se esforçado por explicar a causa deste fenômeno singular, entre os quais citarei a principal autoridade, o célebre Blumenbach,