demandava tantos estudos. Ele, porém, valeu-se, apesar "dos minguados recursos" ao seu alcance, do grande livro da natureza aberto aos seus olhos de homem de gênio.

A "grande imperfeição" que ele receava imprimir aos seus estudos não chegou a existir na sua obra, porque ele soube ter, antes de tudo, muita prudência e real probidade científica, não se deixando nunca levar por teorias fantasistas e evitando de criá-las, o que o colocou sempre dentro de uma esfera de bom senso, de singular observação dos fatos, em suma: ao lado da verdade e da lógica.

Isso o quanto possível, numa época em que certos avanços da própria ciência poderiam ser classificados como heresias ou barbaridades.

As descobertas de Lund foram efetuadas, sem exceção alguma, em cavernas situadas nas montanhas calcárias, que atravessam, em várias direções, as regiões acidentadas do Brasil Central.

O campo principal das explorações lundianas foi a cadeia de montanhas formadas de rochas calcárias, da qual se destaca a Serra do Espinhaço, perto da Capital de Minas Gerais, e que se alarga para o noroeste, servindo de divisa de águas do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba.

A maior parte das grutas visitadas por Lund se acha no declive oriental da cadeia, sendo dessas lapas os fósseis por ele descobertos.

Ele mesmo nos afirma que o pendor ocidental, além de oferecer menor número de grutas, não lhe deu ensejo a descobertas de restos fósseis.

Em capítulo à parte trataremos da formação das grutas e aqui vamos referir-nos à procedência dos ossos achados por Lund nas várias lapas que ele explorou.