a sua existência. A prestar fé às suas asserções, cujo justo valor eu conheço por numerosas experiências, a aparição de ossadas na terra das grutas seria mesmo um fato em extremo frequente.
Nunca verifiquei que procurassem explicar por qualquer maneira, a existência dos notáveis depósitos de tais destroços. Uniformemente acreditam que as ossadas são de seres humanos, a que atribuem estatura agigantada, sem que esta diferença das dimensões do corpo pareça excitar a sua admiração.
Muita surpresa lhes causa ver alguém ocupar-se em apanhar tais ossadas, toda vez que não compreendem que o seu valor nas farmácias possa compensar os gastos da sua extração. É inútil tentar convencê-los de que possam ter outra qualquer importância.
A maioria dos habitantes do lugar considera, pois, esta questão de ossos como um mero engodo, acreditando que os diamantes, o ouro e outras riquezas são o fim verdadeiro das nossas visitas às cavernas, as quais têm servido de assunto às conjeturas as mais disparatadas".
Ainda hoje se nota essa evidente desconfiança, como temos tido ocasião de observar em nossas pesquisas nas lapas do Rio das Velhas.
Referindo-se ao aspecto dos ossos fósseis Lund assim os descreve:
"São mais leves que os ossos frescos e a tal ponto quebradiços que se esfacelam entre os dedos, por um contato imprudente; aderem fortemente à língua e lançados sobre brasas enegrecem, espalhando um cheiro fraco e desagradável de queimado. Uma parte da terra em que são encontrados lhes fica sempre aderente, ora sob a forma de pó fino ou de crosta, ora como enchimento de seus buracos e cavidades.