O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

direção a definido fim último, a sua luta é porfiada incessante, tendo a sua ação raízes profundas, motivo por que não pode a revolução, de que é ela agente, ser sustada de golpe, o que seria, apenas, sustar-lhe, por instantes, os movimentos. Para extingui-la é preciso cortar-lhe as causas.

Nas "Ideias gerais sobre a revolução do Brasil e suas consequências" (Lisboa, novembro de 1823 - manuscrito existente na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) dizia, em péssimo estilo, Francisco de Sierra y Mariscal: "as revoluções, depois de principiadas, é necessário deixá-las correr seu círculo. Como tôdas as coisas, as revoluções têm momentos de maturidade para rebentar e também têm momentos para acabar, e conter a revolução do Brasil (fala da Independência) já por desgraça não farão outra coisa que renová-las e dar-lhes maiores fôrças, prolongando e aumentando o mal em vez de destruí-lo".

Refere-se o autor a "uma revolução". Mas, há uma revolução mais profunda, diabólica e de que "as revoluções" são simples aspectos. Estas, são meros efeitos da revolução que tem unidade e permanência, isto é, são os efeitos das forças do mal em ação desagregadora contra os princípios do bem. É a desordem contra a ordem; o anticristianismo contra o cristianismo; a anticivilização contra a civilização; a criatura contra o Criador.

O povo não participa das revoluções. É apenas comparsa; não é ator, porque não tem papel a desempenhar. Os papéis importantes são representados pelos demagogos que se servem do povo como mero instrumento. As revoluções são obras de poucos,

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