O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

e "o povo como em tôdas as partes entrou forçado nela, que por tôda a parte se detesta o presente, se tem saudade do passado, e se concebem esperanças no futuro, desejando a maioria voltar ao ponto de onde tinha saído. Estes sentimentos fazendo-os o Governo entreter e inflamar, já manejando a força com moderação já com manejos secretos, hão de produzir infalivelmente os resultados que se desejarem, mas, logo que os queira obter d'um golpe, tudo se perde", dizia ainda Sierra y Mariscal. Compreende-se assim, porque o Rei-martir Luis XVI proibiu que se atirasse sobre o povo.

Como em todo o mundo avançava a revolução, também havia, de longa data, um plano de revolução democrática envolvendo principalmente todo o Norte do Brasil que era justamente a região mais opulenta, mais representativa da grande Província Ultramarina de Portugal na América - pois as revoluções sempre se manifestam nos fulcros da riqueza - e tendente a alastrar-se pelo Reino todo. Que essa revolução tivesse origem apenas em Pernambuco é ingênuo pensá-lo. Vinha de longínquas maquinações. É preciso ter em mente que o Brasil nasceu em plena Renascença, portanto sob o signo da revolução. Entretanto, esta só começou a interessar-se pelo Brasil depois de formado, quando as suas forças morais e econômicas, levantadas pelas energias colonizadoras dos portugueses, puderam representar boa presa para os rapaces conquistadores iniciadores da nova barbárie. Postas de lado as diversas incursões, pode tomar-se como marco revolucionário o desaparecimento de Dom Sebastião, que deu em consequência a passagem de Portugal e seus Estados para o domínio de

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