O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

"escrito junto em Letra da Secretaria, e com alterações da minha letra com o sinal T."

Esse documento, cuja grafia se conservou, e onde faltam letras e sinais, tem o nº 132 (VIII) no Arquivo da Casa Arcos, no palácio do Salvador em Lisboa. É um autógrafo do Conde dos Arcos escrito em 17 de dezembro de 1820 e repetindo o que dissera em abril e escrevera em 2 de maio do mesmo ano.

Por ele se pode perfeitamente ajuizar sobre o Conde dos Arcos e sua ação no Brasil. Era, em verdade, o homem das realidades. Não se iludia com aparências transitórias; não cedia nos princípios, se bem soubesse contornar situações, pois vemos, por aí, que fala daquela legislação "mui Liberal mas a única que entendo ser neste momento conveniente", o que significa saber transigir com os momentos difíceis, mas nunca com os princípios.

Mas o que diz a posteridade liberal do caráter de Dom Marcos? - Que era despótico, feroz, intratável, sanguinário. E não podiam deixar de assim manifestar-se com respeito a um homem que lhes cerceara todos os satânicos planos. Da Independência do Brasil, nem sequer há sombra de intenções do Conde dos Arcos.

Que se busque na hostilidade dos seus adversários as malhas secretas dos desígnios do inimigo do gênero humano. Aí estarão as razões suficientes da luta contra o grande fidalgo.

Este documento mostra claramente que a luta, que se desenrolava no Brasil, era uma luta econômico-financeira. O liberalismo em todos os sentidos visava unicamente atender o egoísmo de alguns, os

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