"sustentavam com valor as colônias hispano-americanas. Por outro. lado a velha antipatia entre brasileiros e portuguezes longe de extinguir-se acentuava- se cada vez mais em seguida à vinda da familia real para o Brasil. Com efeito, viam os brasileiros nesse fato exaltada sempre mais a influencia do reino, e os impostos, que justa ou injustamente tinham sido aumentados, pareciam intoleraveis aos que nutriam similhantes ideias".
Portanto, a revolução não foi um movimento nacional e é por essa razão que, não obstante os patriotas gritarem em seu manifesto de 10 de fevereiro daquele ano: "Viva a patria, vivam os patriotas e acabe-se para sempre com a tirania real", o povo, ao qual fora dirigido aquele manifesto, ansiava por gritar: "Viva El-Rei; morram os patriotas", Foi o que fez o povo de Natal, já livre dos "benefícios" dos patriotas. E ninguém desconhece também o que foi a reação monarquista nas Alagoas, que "tomou proporções assustadoras", no dizer de Galanti, até que afinal "içavam a bandeira da monarquia todas as vilas de Pernambuco, com exceção apenas de Igarassú, Cabo, Itamaracá e Goiana"(op. cit. página 64).
Não podemos condenar as aspirações patrióticas. Negamos aplausos ao individualismo falto de ideal orgânico e consultivo aos interesses nacionais. O gesto desses poucos pernambucanos foi deveras comovente, mas mal orientado. Se os "patriotas" queriam a independência com república, assim não pensava o resto dos brasileiros que desejava a independência pura e simples. Vingada a insurreição não era certo que atrairiam eles todos os patrícios: faltava coesão de ideias.