O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

O que se pode admirar nessa insurreição é o móvel generoso, embora romântico e mal fundamentado, da independência, enquanto tudo o mais era ideologia funesta que desgraçaria para sempre o Brasil. Os promotores da revolução andavam impregnados do francesismo das "grandes ideias" da época, balofas de liberalismo, tão progressistas quanto hoje o comunismo e ideias correlatas. Uma prova está em que Domingos Martins deu ao órgão revolucionário o nome de "Preciso" (tradução?) de Précis(compêndio, resumo). O espírito de novidade foi o grande incitador dos "patriotas", sem se negar que se achavam envolvidos homens de talento mas que trouxeram da Europa essas estranhas ideias sem nenhuma raiz na alma nacional. Mas estes constituíam a minoria, e podemos afirmar que foram explorados pelas associações secretas.

Quanto ao movimento, não foi, em absoluto, um movimento brasileiro senão movimento de alguns brasileiros orientados pelos secretos inimigos do Brasil. Nem o povo de Pernambuco os acompanhou e nem o povo do Brasil, e só se irradiou a revolução rapidamente ao Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Bahia, graças à sociedade internacional secreta que é a maçonaria, com seu Grande Oriente em Londres, nada brasileiro. A república era querida por aquelas mentalidades cultivadas nas Academias reguladas por estatutos reformados por Pombal. Quanto ao povo, este "que havia de fazer quando de repente tinha ficado sem o governador e agora via os padres e frades à testa da revolta cantando Te-Deuns, praticando"

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