Essas dificuldades é que o Conde dos Arcos queria prevenir com os seus conselhos. Não siga El Rei para Portugal, pois como se vê, Portugal não se faria independente, visto que a revolução de 1817 estava abafada e os manejos de instituição de nova dinastia, desviados. Entretanto, os conselhos de Dom Marcos não puderam ser realizados, visto que o internacionalismo das seitas secretas preparava nova revolução liberal e constitucional em Portugal, que foi a de 1820, forçando El Rei a embarcar-se para Lisboa. Para tanto contribuíram os "pareceres" dos egrégios Ministros, agindo intencionalmente contra o Conde dos Arcos. Por isso vemos naquele documento com quanta amargura se refere Dom Marcos ao parecer de Tomás Antônio, e aos erros da legislação que se preparava.
Enfim, juízo mais positivo sobre a revolução de 1817 poderá ser feito mais tarde, à luz de outros documentos, diante de exame mais detalhado. Então, a figura do Conde dos Arcos ressurgirá luminosa cheia de glória e grandeza na sua coragem e fidelidade inauditas. Naquele tempo, nos meios políticos, só El Rei o compreendia e admirava; só El Rei sabia sofrer com ele as tremendas dificuldades da situação; só El Rei avaliava o seu patriotismo, a sua dedicação. E estava bem pago o Conde dos Arcos. Era a El Rei que servia, - à sua Pátria.
Com o liberalismo, triunfava o Marquês de Pombal. Citando Antônio Sardinha, diz Fernando Campos, que a vitória de Pombal "era a vitória definitiva dos Juristas que, na exaltação da autoridade do Principe, levaram o Estado-Pessoa, incarnado no absolutismo",