O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

impunha naquele momento. Ao mesmo tempo, para neutralizar a nefanda ação imperialista da Inglaterra, o tratado de 1810 estabelecia preferências de comércio com a Grã-Bretanha, uma vez que o Reino estava nas garras dos generais de Bonaparte, razão porque havia necessidade de lá estar o Marechal de Beresford, da parte da Inglaterra que iria terminar a ditadura bonapartista nos campos de Waterloo, em 1815. Bonaparte, ingenuamente, fora instrumento do maçonismo-judaico, que, quando se fartou do seu joguete, aniquilou-o mandando-o para Santa Helena.

O liberalismo estava implantado.

Uma vez desequilibrado o comércio português, era mister devolver-se a Portugal "aquilo que se lhe tirou", como dizia o Conde dos Arcos, isto é, a sua função de Entreposto dos produtos brasileiros. Ora, isso já não convinha à Inglaterra que via expirar o prazo do seu tratado de 1810. Por isso era necessária a revolução no Brasil, para fazer a república, aproveitando o sentimento nativista. A república que é a anarquia sob aparência de ordem constitucional, transforma as nações em colônias dos imperialismos. Com a Independência, dar-se-ia a transferência duma província de Portugal para as mãos da Inglaterra. Mas a Monarquia obstou a realização desse plano e o Príncipe Dom Pedro, Regente do Reino, seguindo os parágrafos das velhas leis lançadas nas Cortes de 1641, tomava, segundo o conselho e autorização de seu pai, a coroa imperial. O mal foi ter-se feito (o que, concordamos, de outra maneira era difícil) a Independência do modo como se fez, sem um acordo prévio com Portugal. Mas isso tudo era inevitável, porque a situação impedia outros caminhos.

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 325 - Thumb Visualização
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