O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

essa mudança, os padres da Congregação do Oratório vinham substituir os Jesuítas expulsos do Reino. Pode dizer-se do Oratório que foi uma Congregação religiosa liberal. O único voto que faziam era o "propósito" de obediência ao seu prelado; demais, cada casa que se estabelecesse ficaria sendo um Oratório independente dos outros sem mútua ligação. Em Portugal introduziu-a, em 1668, o padre Bartolomeu do Quental, o virtuosíssimo e piedoso confessor e pregador de Dom João IV, e ascendente de Antero de Quental que, como seus avós, foi um liberal e revolucionário democrático. Os oratorianos vinham embebidos das doutrinas jansenistas de Port-Royal tipicamente liberais em filosofia por via do cartesianismo subjetivista. Como os jansenistas de Port-Royal inimigos dos Jesuítas, os Oratorianos combatiam a estes e seus métodos.

Em piores mãos, pois, não estaria entregue o ensino quando Pombal quis arrancá-lo das mãos dos filhos da Companhia de Jesus. Hipocritamente, aos olhos do mundo pareceria bom católico, dizendo-se, até, "que comungou no dia da expulsão", justificando assim a sua atitude, porque... os jesuítas conspiravam. O regicídio por ele mesmo Pombal tramado em 1758 foi o pretexto para, em 1759, expulsar os Jesuítas exatamente como "conspiradores" e, pelo mesmo motivo, aniquilar a Nobreza.

Desse modo ia o Marquês consumando a desnacionalização de Portugal e desfigurando o regime, dando triunfo àquele grupo de inteligências "estrangeiradas", como se dizia, inteiramente à la page, que era mote para o pretendido progresso, contra os conservadores nacionalistas, ortodoxos. Ao

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