O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

"de toda remissão da Justiça, transparecem como uma resolução de verdade inegualável". Mas perguntamos: se o regicídio fora, por causa do Marquês de Pombal, para expulsá-lo, porque não se fez o atentado contra o próprio Marquês? É que, então, Pombal não poderia tomar o carater ditatorial que tomou, e, sendo contra El Rei, o caso mudaria de figura, ficando ele em posição favorável aos seus desígnios. Não seriam os jesuítas e nobres tão estúpidos! Iriam logo contra Pombal. Mas como foi este quem planejou e realizou o regicídio...

O fato é que as Cortes Gerais não foram convocadas para saber-se diretamente dos Estados a sua opinião acerca da ação do primeiro ministro que asfixiava os Três Estados e separava-os do Soberano; e, também, o que é mais notável, o casamento da Princesa realizou-se logo depois de supliciados os Távoras. Pombal tinha necessidade de justificar-se perante a Nação, provando que El Rei "não queria o casamento da Princesa...

O que mais importa nessa passagem da obra do Sr. Saa, página 118, é o seguinte: "os conspiradores tentavam pôr no Trôno o Infante D. Pedro que faria o papel das reações contra a onda revolucionaria ou judaica de 1820! D. José vinha, a ser o D. João VI d'aquele tempo! O partido de D. Miguel era o Néo-Tavorismo". Este mesmo é o motivo da revolução de 1817. Vê-se bem que a Nobreza e a Igreja sempre lutaram pela legítima liberdade e contra os tiranos.

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 52 - Thumb Visualização
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