que muitos se apresentavam pretendentes, entre os quais a Rainha Catarina de Médicis, mais valia manter a Nação sob o domínio de um rei cristão. Com Felipe de Espanha não se deu desvirtuamento algum, pois o rei foi obrigado a jurar em Portugal que guardaria os foros, liberdades e independência nacionais, mantendo o Conselho de Portugal, havendo um quase Vice-Reinado, conservando-se intacta a língua, os costumes, as instituições, a feição característica portuguesa, como sói suceder em todas as Monarquias dualistas ou pluralistas, haja vista nos nossos dias o Império Austro-Húngaro e outras. Para que não caísse igualmente a coroa em príncipe estrangeiro, que estrangeiro também é o judeu que sob a diáfana nacionalidade de adoção não perde a nacionalidade de origem, de raça, que é a judia, foi assim, excluído o único pretendente que ainda existia em Portugal, D. Antônio, prior do Crato, porque este era filho de judia.
E diz o alvará: "já inventando, que Violante Gomes, Mãe do sobredito Dom Antonio, tinha sangue dos ditos novos convertidos, para inabilital-o por novo cristão; já trabalhando para excluil-o (como excluiram) com o referido pretexto pelo despotismo com que naquêle tempo obravam nas três côrtes de Lisboa, de Madrid e de Roma, já proseguindo na mesma curia em causa comum com os ministros espanhóis daquele crítico tempo (com o mesmo objeto da divisão, e dislaceração dos meus vassálos) em fazer valer a dita sediciosa distinção com o clandestino, e extorquido Breve, que se dirigiu à Universidade de Coimbra em nome do Santo Padre Xisto V, para que os chamados cristãos novos não fossem"