Os primeiros troncos paulistas e o cruzamento euro-americano

fazendeiro e sua família, etc., tinha certa semelhança com a organização criada pelo açúcar no nordeste do Brasil.

Essa semelhança, porém era longe de ser identidade. O tipo senhorial paulista oitocentista foi muito menos marcado, suas linhas foram muito menos acentuadas, seu perfil foi muito menos nítido. O patriarcalismo deles não era tão vivo, com o não ser tão grande o seu isolamento no sertão, nem tão grandes os seus domínios. As suas comunicações com os centros de civilização não foram tão minguadas e nem tão precárias como as da gente do Casa Grande e Senzala. Por isso tudo, o paulista latifundiário dos oitocentos, ainda que semelhante ao latifundiário do norte, foi mais brunido pela civilização e menos arestado nos seus contornos, de recortes tão bem delineados por Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala.

Também foi só nesse século XIX que o paulista teve pontos de semelhança com o nortista. Antes desse século, durante os 250 anos em que o planalto paulista constituía um tipo de agremiado humano, verifica-se a mais absoluta divergência entre o paulista e o nortista.

Ainda que patriarcais ambos, no nordeste ainda mais que no nosso planalto, lá havia o latifúndio açucareiro que cria um tipo social com todos os seus delineamentos, enquanto que aqui tínhamos a pequena propriedade. Lá no nordeste havia mais particularismo, mais feudalismo, enquanto que aqui, no planalto piratiningano, havia mais comunitarismo, mais clãnismo. Lá, as fazendas eram maiores e a faina mais extensiva.

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