O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano

É natural que ele ainda estivesse afogueado pela cólera e pelo desejo incoercível de tirar uma desforra.

Não é de se pensar que o padre Simão fosse um santo, que recalcasse no âmago de sua alma ferida esses sentimentos torvos.

Ele e seus companheiros espanhóis, como Montoya, Domenech, e outros, cuja linguagem trai a violência denunciadora de espíritos tempestuosos ainda não foram sequer beatificados.

É lícito não atribuir a esses escritores grande parcela de autoridade.

Antes deles serem padres eram homens e como tal sentiam e raciocinavam sob o império das paixões.

Eis o meu espírito.

Não sou contra os jesuítas, cuja obra grandiosa respeito, reconheço e reverencio profundamente.

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Além disso, dizem que sou regionalista em exagero. É porque acho que não há história do Brasil, como um conjunto homogêneo. Ela é uma soma de capítulos de histórias regionais.

Cada agrupamento humano isolado na imensidão territorial, sem comunicações, ia com sua história particular formando a sua mentalidade especial, criando o seu tipo definido.

Não tenho culpa se isso é a realidade.

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