O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano

ter refluído os melhores elementos étnicos, portadores das mais acentuadas virtudes da raça e os tipos mais eugênicos dos que se aventuraram a abandonar a terra lusitana, no século dos Quinhentos, em busca da fortuna e a conquista de ideais, que não cabiam na estreita faixa do pequenino reino peninsular.

Sim, porque os portugueses povoadores vicentinos, mais que quaisquer outros, em terras da América souberam honrar as tradições, que traziam ainda quentes das guerras da reconquista, dos campos de Aljubarrota e dos mares ignotos desvendados pelos tritões do infante Dom Henrique.

Só assim se explica haverem os mais colonizadores das outras circunscrições se limitado a arranhar, quais caranguejos, o litoral brasílico, como pitorescamente se referia Frei Vicente do Salvador, sem ousar penetrar no interior, enquanto que os companheiros de Martim Afonso, de uma só arrancada ganhavam o sertão sem se intimidar com o vulto fantástico da Serra do Mar.

Franqueado este primeiro entrave e atingido o planalto piratiningano, aí fincaram esses portugueses de seleção o marco primevo da conquista. Pelo Seiscentismo afora eles se estenderiam por imenso raio, invadindo os estabelecimentos castelhanos. Não pararam, mesmo, ante o espectro soturno e negro da roupeta loiolana, a quem Castela pedira auxílio, para se assegurar dos direitos que lhe dera tais. Fizeram esses portugueses enfim recuar o meridiano divisório, até aos confins, que hoje, orgulhosa, ingrata e ignorantemente contempla o brasileiro no mapa de sua Pátria imensa.

O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano - Página 31 - Thumb Visualização
Formato
Texto