O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano

possessórios, que valeram perante o tratado de 1750, que mais ou menos conformou o Brasil de hoje.

Não houvessem, porém, os descobridores do ouro mato-grossense sido paulistas, que povoaram o flanco sul da bacia amazônica, certamente não seria possível a Portugal estender o seu domínio pelo curso do Rio-Mar.

Eis a obra de conquista feita a Castela pelos sertanistas paulistas, descendentes dos povoadores vicentinos. Isso já não falando das expedições a leste da linha demarcadora, como as que levaram o povoamento às regiões tórridas do Nordeste com os criadores de gado, além da exploração aurífera em Minas Gerais, que determinou o seu povoamento.

E essa atividade paulista, a oriente de tais, bem como a desenvolvida em Mato Grosso, determinada pela ambição do ouro, foi a causa da conformação atual do Brasil.

Não fosse o ouro descoberto em Minas e a energia empregada nesse fim, teria tomado a diretriz dos domínios castelhanos, e talvez, hoje, o Paraguai estivesse compreendido nas raias da fronteira brasileira. Não fosse a avalanche humana, que de São Paulo demandou os socavões auríferos de Cuiabá, é possível não pertencessem hoje ao Brasil o noroeste mato-grossense e o oeste amazônico, vindo a Bolívia e o Peru até as margens do Tocantins e do Araguaia, mas, em compensação, a atividade do sertanista, que para aí foi distraída, teria sido empregada em dilatar as terras luso-americanas, pelo sul, através do Chaco

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