índios com bondade cristã, dão-lhes instruções na sua maneira branda e afável; e só castigam um malfeitor deixando de falar com ele durante alguns dias.
Entre os habitantes de Toriparu, certos brasileiros da vizinhança têm influência ocasional.
Muitos religiosos e leigos ocuparam-se com os Karajá. Mas até a segunda metade do século passado, foram passageiros os contatos. Só em 1871, o general Couto de Magalhães fundou um colégio perto de Leopoldina que, durante a sua existência, de cerca de vinte anos, foi frequentado por numerosos jovens Karajá. Há mais de trinta e cinco anos, os dominicanos catequizam no Araguaia, e ultimamente lá aportaram também missionários batistas, adventistas e salesianos. Todos eles entraram em concorrência para salvar a alma do pobre Karajá; e o pobre Karajá nem sequer se perturbava com esse concurso, por ele aproveitado apenas no sentido de obter para si a maior quantidade possível de objetos úteis. Estas missões contribuíram, antes de tudo, para fazer dos Karajá negociantes ainda mais refinados do que já o eram. Os dominicanos também investiram no cargo de chefe homens da tribo que tinham sido seus alunos, por exemplo o "capitão" Isidoro, de nome índio Iyád-damá, ao qual o bispo Dom Sebastião, de Conceição, entregou a direção da aldeia Beroromandú, situada perto de Santa Terezinha. De 1928 a 1930 existiu um posto da Comissão de Proteção aos Índios em Santa Isabel, na ilha do Bananal, cujo pessoal conseguiu incutir nos Karajá um tal sentimento