Santa Catarina: história - evolução

Em segundo, toda a espécie de trabalho braçal repugnava a essa gente. "Acostumados a relegar ao braço escravo toda a sorte de serviço manual, os mais aquinhoados, de então, olhavam para o trabalho, do qual dependesse o menor esforço material, como ocupação bastarda e humilhante".(86) Nota do Autor

Os menos aquinhoados, certamente, seguiam o exemplo dos outros, pois, homens livres, não se queriam humilhar trabalhando como qualquer escravo. A principal indústria era a do preparo da farinha de mandioca, que se fazia então abundantemente. Ao lado, a praia piscosa. Nada de admirar que as populações procurassem evitar o trabalho, dedicando-se a uma vida de ócio, sob o clima ameno da ilha, ainda mais que o preconceito era grande contra aquele. Bastavam-lhe o peixe e a farinha para alimento, não contando com o que lhes garantia a caça e a floresta com seus frutos, poupando-se assim qualquer esforço maior para um maior desenvolvimento. Aliás o fenômeno não era apenas local. Em outras partes do Brasil o mesmo se repetia e D. Luiz Vahia Monteiro, que foi Governador do Rio de Janeiro, dizia que os "brancos e reinóis, ainda que sejam criados com a enxada na mão, em pondo os pés no Brasil, nenhum quer trabalhar".(87) Nota do Autor

Era o preconceito. Não faltaria certamente este em Santa Catarina, tanto mais que era uma terra de relativa fartura em pescado, caça, frutos e farinha; e os colonos, gente que até então não havia conhecido senão privações e miséria.

Ao que se referiu, ajuntava-se a contribuição do governo para este desânimo, para esta falta de vontade

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