desconhecidos e povoara terras conquistadas ao gentio, demonstraram aptidão para outras atividades.
Muitos dos que permaneceram nos centros maiores, iniciaram-se no comércio, atiraram-se à vida marítima, tomaram a farda do glorioso regimento de linha da sua terra. Formaram a fina flor da mentalidade catarinense, tornaram-se poetas e músicos, escritores e políticos, marinheiros e soldados ilustres. Encheram de orgulho a terra dos seus avoengos e, fugindo muita vez ao acanhado meio provinciano, foram brilhar fora, na corte, elevando-se, pela inteligência, pelo patriotismo, pela lealdade e altivez com que serviam à sua pátria.
Outros não conseguiram fugir à prisão dos pequeninos vilarejos. Venceu-os a pobreza do meio, o isolamento a que os condenaram.
Guardando as mesmas qualidades de valor, de inteligência e de bondade, conservando a mesma tradicional hospitalidade e o mesmo conhecido desprendimento, repetem-se nas populações a que deram origem e que se disseminam, pequenas, insignificantes, decadentes, à beira-mar. Vivem estas como outrora viveram as póvoas paternas: sem estímulo, abandonadas, guardando a mesma primitiva organização, mantendo-se precariamente da pesca diária, da pequena lavoura e da indústria da farinha preparada em pequena escala. Os habitantes parecem esperar do céu favores e desgraças, num fatalismo maometano, recebendo-os a ambos com a indiferença dos vencidos. Palpita no entanto neles um coração robusto, encerrando todas as boas qualidades dos seus antepassados e nutrindo forte sentimento de brasilidade.
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