conforme se viu no capítulo anterior. Já se referiu também que a vida pastoril predomina nos municípios de Lages e São Joaquim, estendendo-se pelos de Campos Novos e Curitibanos, sendo a sua principal fonte de riqueza e a principal ocupação das populações da zona serrana. Dadas as condições do meio e à identidade das ocupações, a vida desta região serrana se assemelha grandemente à vida dos pampas sulinos. Aliás, a falta de comunicações com o litoral catarinense, ao mesmo tempo que relativa facilidade delas se verificava para com o Rio Grande do Sul, fez com que todo o território fosse tributário da vida gaúcha por longos anos.
Ao norte, ao contrário, excluídos os municípios de Campo Alegre e São Bento, os demais registram uma nítida influência do vizinho do norte, o Estado do Paraná. Mafra, Porto União e parte de Canoinhas, foram por longo tempo território paranaense e até bem pouco prendiam-se, por interesses de toda ordem, à vida do Paraná. Hoje, com a facilidade de comunicações, o ritmo da sua vida é marcado pelas populações do litoral barriga-verde. Os interesses da zona sofreram mudança no seu eixo, desviando-se para o sul, identificando-se cada vez mais com os do Estado a que passaram a pertencer de fato.
Lutas armadas entravaram por muito tempo o progresso da zona. A questão de limites impediu um maior desenvolvimento comercial e industrial da região, uma infiltração imigratória mais ativa. A guerra dos fanáticos trouxe anos de sobressalto para as populações do Contestado, contribuindo para que todo o extenso território se transformasse numa zona conflagrada, onde as populações não podiam gozar de tranquilidade e sossego.