honrada. Já então não era Desterro aquela povoação de 150 casas toscas, metidas na floresta, com uma população ociosa como a descreveu Dom Pernetty, que viera em companhia de Bougainville e ali permaneceu alguns dias, em 1763.(166) Nota do Autor
Em 20 anos se transformara a população. A sua polidez e bondade cativaram o ilustre e infortunado navegante. A terra, boa e fértil, era farta de víveres variados, de que se forneceu ele por preços bastante razoáveis, abundante em legumes e frutos, repleta de bosques cheios de sombra e de laranjais perfumados. A sua população era pobre mas honesta, as famílias numerosas pela prole, os maridos ciumentos (aliás como no resto do Brasil)(167), Nota do Autor as esposas resguardadas dos olhos estranhos. Entretanto, toda a gente parecia boa, cortês e serviçal.(168) Nota do Autor. Krusenstern, reputado navegador russo, que em 1803 também visitara, com a sua expedição, o porto do Desterro, descreve-o seguro, a vila bem situada, os víveres e as frutas abundantíssimos e baratos, as terras do continente férteis, produzindo café e cana-de-açúcar.
Xavier Curado, então Governador da capitania, recebeu-o com grandes honras e fez questão de hospedar o embaixador russo Resanoff, que viajava em companhia daquele navegante. Para com a vila do Desterro, foi, entretanto, Krusenstern algo injusto nas suas apreciações, dando-a como formada apenas de uma centena de casas e habitadas por dois ou três mil pobres portugueses e escravos negros. Severidade