excessiva no julgamento, se bem que razão lhe sobrasse ao se referir ao abandono em que vivia a vila de todo o amparo do governo do Rio.(169) Nota do Autor
Já Langsdorff, naturalista da expedição, estimou em 400 a 500 as edificações de Desterro, de pedra, rebocadas, sendo as ruas, na sua maioria, regulares. Uma população de dez mil almas habitava a ilha. Dos habitantes, poucos eram ricos mas todos viviam bem, sendo folgazões, hospitaleiros e pacatos, além de muito sociáveis. Cultivavam a música - que era expressiva, agradável e melodiosa - e o canto. As mulheres eram de estatura mediana, de tez morena, bem feitas, cabelos castanhos escuros e olhos negros e cheios de fogo. Não eram feias e algumas mesmo de rara beleza. Eram alegres e corteses, vestindo à europeia, tal como os homens, e a musselina, o linho fino, o nanquim e a seda eram estimados. A natureza encantou a Langsdorff e ele confessa em seu relato que o seu espírito se encontrava fascinado por aquele sítio encantador, onde reinavam todas as belezas imagináveis e onde havia tudo o que podia encantar a vida e deleitar o coração(170). Nota do Autor
Em 1822, descreve-a Duperrey, que a 16 de outubro lançava ferros de bordo da corveta "La Coquille", ao seu e ao mando de Dumont d'Urville, no porto do Desterro.
Não pode também ele esconder a sensação de gozo que experimenta ao contemplar a verdura da ilha e do continente, emoldurando em recorte gracioso