serrano. Só mais tarde se encaminharam as atividades para a extração do ilex e da araucária.
Assim, acentuaram-se, tornando-se mais sensíveis e profundas, as diferenças entre as populações do litoral e do planalto.
Historicamente, as páginas escritas pelos litorâneos são mais longas e mais brilhantes. Integradas mais cedo na vida comum da pátria, mais antigas e mais expostas, muito logo estas populações do litoral tiveram que travar lutas em prol da conservação do domínio constantemente ameaçado pela cobiça espanhola. A sua primeira guerra foi a da defesa da terra e da propriedade. Mais tarde, as campanhas do sul estenderam-se pelo litoral catarinense, dando ensejo a que as suas populações tomassem parte igualmente nas lutas políticas.
A história do homem do sertão é a história silenciosa da luta contra a hostilidade da natureza. A sua guerra foi a da conquista, da conquista do solo, na ampliação do domínio, levando adiante as fronteiras da nação. A sua bravura empregou-a, vencendo o meio hostil, bandeirando. A sua história é mais curta, mas não é menos penosa, não tem tanto brilho, mas tem muito sacrifício. O isolamento a que o obrigava a configuração da terra impediu que muita vez viesse tomar parte na peleja travada no litoral, mas não impediu que servisse a seu modo à sua pátria, desbravando o hinterland, levando além a sua bandeira.
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A costa de Santa Catarina se alonga do pequenino rio Saí, que limita o município de São Francisco do de Guaratuba, no Paraná, à foz do Mampituba.