Tinha uma natureza enfadonhamente igual, - monótona, triste, árida, como uma longa planície despovoada.
Culta, com aquela cultura geral das arquiduquesas de Viena. Uma instrução generalizada, um pouco de tudo; e, sobretudo, uma predileção marcada para as ciências naturais. Mas uma cultura sem brilho, sem realce, sem attaches, enfadonha como a sua própria natureza.
Fisicamente, era uma mulher feia: desengonçada, desagradável, baixa, atarracada, como a viu Schlichtorst no ano do nascimento de Dom Pedro. "Uma certa semelhança com a irmã, a imperatriz Maria Luisa - acrescenta; mas suas feições não têm, porém, o afinamento e a graça, que tão encantadora tornaram a esposa de Napoleão".
Deselegante de corpo e de espírito; com uma inteligência sem brilho; desleixada no vestir e, por vezes, nas maneiras, parecendo antes uma rude burguesa da Província do que uma Imperatriz - ela foi para o marido, para aquele marido, que a Política madrasta lhe dera, uma mulher cacete e desenxabida.
Ela, coitada, amava-o! Mas à sua maneira: enfadonhamente. Antes por virtude doméstica do que por um desses sentimentos profundos e espontâneos. Mas esse amor mesmo acabou fenecendo, como tudo secava naquela planta de estufa transportada para o solo agreste da América.