Terá de abranger, muito mais, a clientela ingênua e viciada. Diminuída esta, extinguir-se-ão aqueles. Se for de todo impossível interceptar-lhes a ligação, que se revista a mesma, do mais puro platonismo. A arte pela arte. À ribalta com os artistas. Histriões de talento, mas sempre histriões, e não meneurs d'hommes...

Por felicidade nossa, pelo menos quanto à política, já se nota na élite e classes médias, o desencanto crescente. Assistem às comédias, divertem-se e sorriem. Já descobriram, tal a insistência do entremez, e como os navegantes ao se aproximarem de certas dunas litorâneas — que o canto de sereia não é senão o entrechoque de areias movediças, sem rumo certo além dos monturos, ao léu de remoinhos estéreis...

Que tem a ciência, a meteorologia de que trata este volume, com esta avassaladora superfetação brasileira? Tudo. Quem faz. a meteorologia? O Estado e os meteorologistas. Que impede o Estado de cumprir a sua parte? A sua falta de coerência, e de continuidade, na ação construtiva. Donde provém esses males? Da vaidade de um dia, da caça à consagração efêmera e fátua, só alcançada nas notícias de reorganizações, e não no trabalho real, dos organismos reajustados. Nada mais terminante. Quando não se bole, se abandona, ou se explora com a politicalha. Sempre o destrato, e tudo por vaidade, a menos fundada das vaidades. Grassa porque o povo ainda pede pão e circo, mas, dia chegará em que a plateia se fartando, reclamará a beleza pura — no realizador, no estadista criador, no Estado construtor. Para nós, esse dia só raiará com a falência do verbo pretensioso e falaz, quando o povo o mandar à tábua...

Examinemos mais de perto um caso americano de administração pública — em que o móvel precípuo do Estado é a criação de valores e não de palavras. Exemplo edificante e escolhido, de indústria, por mais adequado ao assunto deste volume. O Weather Bureau, a célebre repartição meteorológica dos Estados Unidos, transformou-se em longos